Bem-vindos ao meu blog.


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CONTRATO COM EDITORA COMERCIAL

Passei o dia ansioso, angustiado . Olhava o e-mail de 10 em 10 minutos.

Não queria ter expectativa. mas era mais forte do que eu.
Tentava me convencer que não me decepcionaria com uma negativa, mas me sentia
mentindo.
Às 19 hs, desliguei celular, saí de casa , refleti:
Quando tento e não consigo, posso sempre tentar novamente, mas
quando tento e meu objetivo se afasta, é hora de deixar de
interferir, e confiar que o que já foi semeado trará seu fruto. Não afogar a semente
regando-a demais, não tapar osol com minha presença constante.
Me senti leve, finalmente .
Ao chegar em casa, varios e-mails, publicação aprovada, reunião com comercial, agente,
distribuição, marketing..
Oh, Deus...
Muito obrigado.
Continuo pedindo apenas que seja digno dessa honra. E que através da realização do
meu sonho possa ajudar o maior número de pessoas que
minhas palavras puderem alcançar.


Paulo Gusmão

domingo, 10 de novembro de 2013

PRIMEIRA EDIÇÃO ESGOTADA


Atualização - 13/11

Editora rodou mais 100 exemplares da primeira edição para atender a demanda entre as edições. 

Uma excelente notícia, a Saraiva fechou compra de livro para distribuição nas lojas . Em 15 dias , Rio e São Paulo terão o livro disponível para entrega imediata. 

Estamos rodando uma segunda edição, que deve sair em 1 semana.

Repercussão do programa do Jô foi imensa, estou muito agradecido.

A entrevista foi a quarta mais assistida da semana , com mais de 4000 acessos em 5 dias.

Muito grato a todos pela felicidade e motivação que estão me proporcionando.




terça-feira, 22 de outubro de 2013

EM PRIMEIRA MÃO

       Para  quem acompanha o blog, vou adiantar  um pedido que fiz no programa do Jô ( não é a tal surpresa do final, que permanecerá surpresa).
       Na conclusão do meu livro, digo que muitas estórias e informações ficaram de fora, perguntas frequentes no consultório não foram respondidas.
      Ontem, enquanto aguardava ser chamado para o estúdio de gravação, fui até o camarim do pessoal do Biquíni Cavadão, e assim que entrei fui metralhado com perguntas:
     - Comer fibra demais prende ou solta?
     - Azeite na frigideira faz mal pra saúde? 
     - O que é melhor, manteiga ou margarina? 
      E por aí foi... 
      Isso me deu a idéia para meu próximo livro. 
      Quase sempre, no final da consulta , falo : - " Está bom?" e o paciente responde: -  " Só mais uma dúvida, Dr..."
     Logo antes do programa criei o endereço de e-mail drpgusmao@globo.com e disse no ar que meu próximo livro se chamaria : " Só mais uma perguntinha, doutor...".  O Jô gostou muito do título e da ideia. 
    Pedi aos telespectadores que mandassem suas dúvidas para o e-mail divulgado, do qual selecionarei 100 a 150 questões para montar o livro.
    Então, em primeira mão, peço aos leitores do blog que comecem desde já a enviar suas perguntas   para darmos início a essa obra compartilhada.

P.S.- Descobri que um Dr. Tom Smith publicou um livro cujo título em inglês era " Doctor , have you got a minute ? " e em português ficou sendo " Doutor, só uma perguntinha...". 
Tradutor danado...  De : Doutor, o Sr. tem um minuto? Para isso... Vou ver o que fazer. 
Mania de tradutor brasileiro, essa licença poética. Por isso que " The sound of Music" virou " Noviça rebelde", " The Graduate" passou a ser " A primeira noite de um homem" e " The Godfather" assumiu a alcunha de " O poderoso chefão", entre tantos outros exemplos. 




PROGRAMA DO JÔ

Foi mágico, sensacional, um encontro inesperado entre meu passado musical e meu presente médico/literário.
Imperdível, com direito a grande surpresa no final.
IRÁ AO AR DIA 05 DE NOVEMBRO.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO QUÂNTICA E SAÚDE



Não deixem o título assustá-los. Não sou expert em mecânica quântica, não sou físico ou filósofo, mas no sentido geral de entreter, informar e motivar, dessa vez  vou me arriscar um pouquinho.
O mundo quântico, das partículas subatômicas, dos fótons, elétrons e outras coisinhas bem pequeninas, parece ter regras que diferem do cenário clássico  descrito pelas leis de Isaac Newton.
 Nesse micro mundo quase mágico, um elemento pode se comportar como partícula ou como onda, pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, e pode também ser duas coisas diferentes no mesmo instante.
Um físico chamado Schroedinger, para explicar uma dessas esquisitices, que ficou conhecida como sobreposição quântica, apresentou um modelo experimental onde um gato trancado em uma caixa com um frasco de veneno que seria quebrado caso determinado movimento molecular dentro da caixa acontecesse , estaria, até que a mesma fosse aberta e alguém observasse o que aconteceu, vivo e morto ao mesmo tempo.
Como digo no livro acho que as sofisticações existem para nos ajudar quando é preciso e acho ótimo que existam mentes brilhantes desenvolvendo equações gigantescas para descobrir de forma compreensível as grandes perguntas do universo. Mas um pescador feliz da vida e que nunca ouviu falar do gato do Schroedinger me ensina tanto ou mais do que o físico austríaco.
Mas vamos lá, tentar unir os dois:
Do ponto de vista prático, nosso mundo é plástico, no sentido de ser moldável. Nossa realidade não é imutável, longe disso, e estar infeliz é na maioria das vezes o resultado de uma sequência de más escolhas ou de nenhuma. Nosso livre arbítrio não é gerenciado pelo determinismo e lógica, senão não seríamos humanos, e sim vulcanos. O mundo das escolhas é quântico.
Imagine seu presente e suas ações e decisões como fatores modificadores de seu futuro, e à medida que escolhe A ou B, uma metamorfose de sua realidade vai se processando à sua frente.
Ficar sofrendo, paralisado, mantendo a mesma rotina, no entanto, aumenta muito a probabilidade do futuro não se modificar.
O que nos remete à conversa sobre identidade.
Muita gente que ainda está com exames normais, não sente nada, não usa remédio nenhum, mas vive nos excessos, em uma identidade irresponsável, apresenta um momento de sobreposição de uma personalidade negligente com as necessidades do corpo, mas um organismo que ainda resiste aos abusos. Como na mecânica quântica, esses estados dissociados não perduram e mais cedo ou mais tarde, corpo e identidade confluirão.
Por outro lado, se uma pessoa que está com problemas de saúde toma a decisão de mudar seus hábitos e vivenciar uma identidade saudável, teremos um momento de sobreposição onde ao mesmo tempo coexistem saúde e doença.  Nesse caso o corpo se transformará para confluir com a identidade saudável criada.
Já vi essas transformações acontecerem e é maravilhoso. Um rapaz de 16 anos com 110 kg, múltiplos problemas psicológicos adotar uma identidade saudável e ver seu corpo mudar, seu exames normalizarem, sua mente ficar leve, a felicidade fazer parte de sua vida, seu futuro se transformar como um punhado de argila na mão de um talentoso escultor.
Algumas vezes, vejo o brilho nos olhos de alguém saindo do consultório, inspirado, motivado, com o firme propósito de parar de sofrer e tornar sua vida mais feliz, e enxergo nesse momento uma sobreposição quântica. A essência saudável e o corpo doente em coexistência.
Renovar esse brilho diariamente é transformar o mágico em real.

É sair  da caixa de Schroedinger e mostrar ao mundo: Estou vivo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

SAINDO DA DIETA

            Quem leu o livro ou já se familiarizou com os escritos do blog, sabe que dieta não é regime alimentar, é forma de viver, e que sou totalmente favorável a uma alimentação que priorize o que o corpo precisa mas transite através de paladares variados como parte do exercício de sua liberdade, saúde social, mental, cultural.
            Hoje uma paciente me disse que saiu da dieta. No final de semana, com a família, tinha comido um pedaço de pizza.
            ISSO NÃO É SAIR DA DIETA.
            Celebrações, viagens, encontros familiares, românticos, entre outros, apresentam variações alimentares ao que tradicionalmente se busca para o bom funcionamento orgânico. Mas o fato de uma refeição nesse cenário não ter uma proteína magra, ou um carboidrato complexo, ou salada ou legumes, estar mais carregada em açúcar ou sal ou mesmo gordura, não impede que a mesma seja usufruída como parte de um contexto saudável.
  O PROBLEMA NÃO É O ALIMENTO, É O COMPORTAMENTO.
            Sair da dieta não é tomar um sorvete com o filho em um domingo, ou comer pipoca com a namorada no cinema. Sair da dieta é abandonar sua vida saudável e buscar o excesso, principalmente quando ele tem a conotação de gratificação, compensação, forra. Ué, se está feliz, leve, com bem-estar, está indo à forra de quê?  Está compensando alguma carência? Qual?
            Quem mantém esse discurso de sair da dieta não criou identidade, está interpretando papel, sendo personagem. Quem fala em escapulida, escapada, pulada de cerca, fugida, considera a vivência de hábitos saudáveis  uma sentença, e os excessos , prazeres.
Se a saúde para você é um sacrifício, e é nos excessos que  encontra prazer, por favor, comece de novo, do primeiro escrito do blog. Leia o livro, repense, e depois conversamos novamente. 

domingo, 13 de outubro de 2013

IDENTIDADE OU PERSONAGEM?

Admiro os atores que conseguem interpretar personagens completamente distintos de suas personalidades na vida real. Afinal, é bem mais fácil desempenhar um papel quando as características do personagem e do artista são similares. O grande desafio é o de um ator gentil interpretar um sádico vilão, ou uma atriz tímida fazer o papel de uma prostituta lasciva.
Mas são profissionais. Estudam e se preparam por muito tempo para isso.
A composição de um personagem pode levar meses: O gestual, o modo de falar, o olhar, por vezes nos bastidores de uma gravação vemos alguém sair e dizer que o ator tal já acabou de gravar, mas “ainda está no personagem”.
Muitas vezes, no consultório, ao entregar um cardápio, rotina de exercícios e hábitos para um cliente me sinto como se estivesse entregando um roteiro. Não gosto quando me sinto dessa forma. Dá-me a impressão que estou passando as características de um personagem que quero que o cliente interprete durante a duração do tratamento.
Mas e depois de terminadas as “gravações”, como ficaremos?
O “artista” sairá do personagem e retomará sua identidade original?
Insisto, portanto, que o tratamento passe não por uma interpretação do papel de uma pessoa saudável, mas pela construção de uma identidade conectada à saúde.
Não há sustentabilidade nos benefícios recebidos pela interpretação de um papel, motivado por medo, estética ou outro. Quando algum peso se perder, quando o desconforto passar, o artista encerrará a performance.
Olhe para si mesmo.
Se sua vida é predominantemente estressante; se sua atividade física, inconstante ou inexistente; e se sua alimentação, caótica; imagine um filme onde você está desarmando uma bomba e corta o fio errado. A bomba não explode, mas o tempo do cronômetro até ela explodir passa a rodar muito mais rapidamente.
Então, em vez de uma pessoa cuja identidade está conectada ao movimento, ao gerenciamento do estresse e à alimentação, e que tem tempo, teremos um desesperado, correndo e gritando: “Vai explodir, vai explodir!!!”.
Já vi desempenhos dignos de Oscar, pessoas que estavam em pleno exercício da alimentação, movimento, bem estar elevado, exames normalizados, mas depois de um tempo via-se que tudo não passava de uma inconsciente encenação.
Seja sincero e honesto consigo mesmo.  Abandone definitivamente e sem olhar para trás o comportamento ansioso, compulsivo, ligado às gratificações compensatórias, elementares, primitivas, o sedentarismo, e comece a construir uma sólida IDENTIDADE na saúde. SEJA aquela pessoa, leve-a para todos os lugares (até para aquele resort all-inclusive no Caribe). Até porque, mesmo só, estará muito bem acompanhado.
Alimente-se do que seu corpo precisa, e visite as gastronomias dos eventos sociais, familiares, românticos, culturais.
Conecte-se ao movimento, e sempre que possível gere ação física, de preferência visitando seus limites para manter seu corpo sempre interessado em ter reserva.
E para cada jornada na intensidade de uma tarefa, um mergulho na serenidade da quietude mental.

Deixo ao seu livre arbítrio a decisão se fará do acima descrito o roteiro de um personagem, ou algumas das características de sua identidade, de quem você É. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O CARA-PÁLIDA E A NATUREZA

Em 1996, fiz um “workshop” em uma casa na Gávea sobre o efeito curativo das plantas. Foi ministrado por um índio Tchucarramãe chamado Kaká Werá.
            Cheguei lá ávido pelo conhecimento, para aprender que planta servia para que doença,  estava ansioso.
 Realmente aprendi muito, só não foi como eu imaginava.
O índio começou a falar, e sua sabedoria invadiu o jardim onde estávamos reunidos. Disse que, em primeiro lugar, para aprender a lidar com as ervas e raízes como índios, precisaríamos aprender a ver a natureza como eles.
Com reverência.
O pajé era um ser de grande sabedoria, respeito e responsabilidade na tribo, e sua postura perante a natureza é aquela de um discípulo perante seu mestre. O homem branco acha que a natureza está ali para servi-lo, ele que se apossa de tudo, se acha dono dos rios, das matas, dos céus. Como disse o chefe Sioux Tatanka Yatanka ao presidente americano Franklin Pierce na imperdível carta de Touro Sentado, “... Como podes comprar ou vender o céu - o calor da terra? Tal ideia nos é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como podes comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre o nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um pedaço de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de explorá-la, ele vai embora”.
Kaká nos explicou que para obter o poder curativo das plantas, era preciso ser digno, honrado, humilde e agradecido perante uma força tão infinitamente maior que nós mesmos.
Isso me derrubou das minhas bases de cara-pálida possessivo, dominador, arrogante, presunçoso.
Fizemos uma dança, na qual além de batermos no nosso próprio peito, valorizando nosso ego de guerreiros, dançávamos de joelhos dobrados, demonstrando humildade perante a natureza.
Depois disso, nos ensinou a pedir licença à mãe terra para colher as plantas, e a cada colheita seguia-se um sinal de respeito, de gratidão.
A preparação das ervas e raízes, das tinturas e dos extratos era feita em uma cuia que simbolizava o útero, e com um pilão, representante fálico daquela fecundação da qual nasceria uma substância com poder curativo.
Saí desse final de semana transformado e nunca mais olhei para uma planta do mesmo jeito.
Para mim, todas as plantas são projeções dessa força imensa, a qual devo reverência, respeito e gratidão.
Quando saio pelas ruas, é comum me ver passando a mão pelas folhas de arbustos, árvores e plantas que encontro pelo caminho.
Como os lutadores que quando entram no estádio vão passando a mão pelos expectadores, trocando energia, cumprimentando, vou fazendo “High-five” com minhas amigas.
Quando estou estressado ou chateado, geralmente sento no banco perto do consultório e fico segurando uma folha ligada à terra, como que em contato com a sabedoria do simples, de um ser pleno em sua função no planeta e que no entanto precisa de tão pouco.
Uma vez um colega riu de mim, achando aquilo ridículo.
Respondi:
- Digamos que você é apaixonado por Maria. Mas seu amigo Pedro tem indiferença por ela. A simples presença de Maria próxima a você lhe causará embrulho no estômago, nervosismo, taquicardia, reações físicas. Maria , no entanto, pode sentar no colo de seu amigo Pedro e nada disso ocorrerá. Então, só porque você infelizmente é indiferente à força das plantas, não me diga que o efeito que sinto ao tocar nelas é besteira. O que sinto é real.
Estamos cercados (ainda) pela natureza. Como sentir-nos sós e desamparados, com tantos seres sábios, generosos, plácidos e prontos para nos dar as mãos?
Conecte-se com essa força maior, vai te ajudar a ser feliz. 

Coluna do Ancelmo Góes de hoje, dia 13/10:
Estão vendo, não sou só eu... 
Sabatella acariciando um tapete de flores...


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CAVALO DE TRÓIA

    Há algumas semanas, no consultório, estava conversando com uma paciente sobre sua dificuldade em controlar a ingestão de doces. A mesma tem baixa tolerância a açúcares, já produz grande quantidade de insulina, à qual já é resistente, está obesa e caminha a passos largos para diabetes franca, já que mais cedo ou mais tarde ou o pâncreas cansa, ou a glicose, que quando alta é tóxica, vence a insulina.Quando a glicose abundante se une a proteínas, reação conhecida como glicação, forma-se um composto que agride a parede dos vasos e as membranas celulares. A glicação é a base patológica das principais doenças relacionadas à obesidade, diabetes e síndrome metabólica. Imagine um carrapicho correndo pelas suas artérias e veias.   É parecido.
   Conversando com ela, tentando convencê-la de que seu estado era delicado, porém reversível, e que sua compulsão por doces era uma atração desequilibrada por algo que a estava destruindo, ela me disse:
    - Ah, doutor, fiquei a semana toda sem comer doces, no final de semana tive uma festa pensei: Quer saber, vou me presentear.
      Presente de grego esse.
     O que nos leva ao título. 
    Presente de grego é uma referência ao cavalo de Tróia, descrito na Ilíada de Homero como um artefato colocado junto aos portões da sitiada, mas resistente Troia. Os troianos consideraram o cavalo um tributo da Grécia, admitindo sua derrota após 10 anos de guerra e abriram os portões colocando o cavalo para dentro. Depois de muita celebração, os troianos foram atacados pelo exército grego , que entrou na cidade graças aos portões abertos por guerreiros que estavam escondidos no cavalo.
    Cavalo de Tróia passou também a dar nome a um vírus de computador que você “convida” a entrar no sistema ao clicar em algum programa contaminado. Uma vez dentro, o vírus faz miséria.
     Não sou contra doces. Minha mãe faz um em toda festa de aniversário da família, parecido com uma palha italiana, que chamamos de “quero mais”. Quem leu o livro sabe que, no exercício da liberdade adquirida pela saúde física ,social e mental, os doces estão no contexto.
     Mas não estou em guerra com o açúcar. Não tenho resistência à insulina. Meu pâncreas não está produzindo rios desse hormônio  para tentar equilibrar sem sucesso a glicose no meu sangue. Não estou obeso.
Se estivesse, jamais faria isso com meu corpo. Enxergaria o doce como um inimigo, e se estivesse tentador, como um cavalo de Tróia. Se eu colocar para dentro, vou me sentir em festa, e depois serei destruído.

    Recupere sua saúde, siga minhas dicas do tratamento pelas raízes, e resgate o direito de recolocar um doce eventual no roteiro de visitas dietéticas, porque o problema não está nos gregos, está na guerra, o problema não está no açúcar, mas na capacidade do seu corpo em processá-lo. Visite os doces e manterá a paz com ele. Torne-o um remédio para ansiedade, frustação, vida amarga, e em breve ele entrará em guerra não declarada com você. Será convidado a entrar, e uma vez dentro, te destruirá. 

sábado, 28 de setembro de 2013

TEMPEROS E BOA VONTADE


Já falamos da diferença entre força de vontade e boa vontade, e como a última é bem mais eficiente na construção de uma identidade saudável.
Apesar de ser francamente a favor das visitas gastronômicas como parte da saúde familiar, social, mental, na maior parte do tempo o nosso corpo precisa de alimentos com pouca gordura, carboidratos que sejam lentos na sua absorção, legumes, e hortaliças para obtermos as fibras, vitaminas e minerais de quem é expert nisso, e ficou ligado à terra absorvendo esses nutrientes para depois generosamente nos ofertá-los.
Então um típico almoço é constituído de uma proteína magra, salada, legumes e um carboidrato como arroz integral. O jantar, a mesma coisa. Entre eles, frutas, iogurtes, cereais.
 - Mas Dr. Gusmão, estou enjoado de comer frango com legumes no jantar.
Vamos lá.
Primeiramente, quem está construindo uma identidade consciente de que o maior prazer é a saúde, chega em casa relaxado porque respirou e meditou ao longo do dia, sem fome porque lanchou frequentemente, beija a família porque o exercício do amor traz mansidão e diminui a ansiedade.
Isso tudo já seria boa vontade.
Agora chegar em casa estressado do trabalho, do trânsito, morrendo de fome, já entrar reclamando de alguma coisa e depois disso comer uma sopa é dose para leão. Como diria Sun Tzu, foi para a guerra sem conhecer o inimigo. Deixou-o monstruosamente forte. Se vencer, será uma vitória temporária, irritante, sacrificante, que só colocará na conta os juros para da próxima vez arrebentar com tudo.
 - Ok, Ok, já entendi. Franguinho com legumes, então...
Ôpa. Olha o título do artigo.
A boa vontade está nos temperos.
Ontem jantei filé de frango grelhado, arroz integral e purê de abóbora.
Gosto. Gosto tanto pelo sabor quanto pelo bem que me faz. Sinto a força embutida naqueles alimentos e quantas alegrias me permitirão viver por ter esse carinho comigo mesmo. O prazer em comer só ligado ao paladar é pouco inteligente, diria até pouco intuitivo. Muitos animais rejeitam determinados alimentos porque ao farejá-los percebem alguma coisa errada. Quando você está comendo alguma coisa vorazmente, joga um pedaço para o cachorro, ele cheira e se afasta, por favor, jogue o resto do seu prato fora.
Mas vá lá, deixa de ser chato Dr. Gusmão. Vamos mudar um pouco.
Que tal ter uma prateleira de especiarias? Muitas delas são além de saborosas, funcionais. Anti-infecciosas e antitumorais como o açafrão da índia e sua curcumina, ótimas para a saúde cardiovascular como várias pimentas e sua capsaicina, isso para não falar do gengibre, canela, noz moscada, açafrão, alecrim, entre tantos...
Uma ponta de colher de mostarda francesa no frango, um pouquinho de curry ou pimenta rosa nos legumes e "voilá"! Parece que o Claude Troigros passou por ali e deixou aquele seu pratinho sem graça uma "marravilha"!
Então não pense duas vezes. Da próxima vez que passar em um supermercado ou delicatessen, conecte-se com o universo dos temperos.
E se a fome é o melhor tempero para a comida...


     A SAÚDE É O MELHOR TEMPERO DA VIDA. 

LANÇAMENTO NA LIVRARIA ARGUMENTO

Queria agradecer imensamente pela noite de ontem, que jamais esquecerei. Espero mostrar-me digno do carinho e confiança de tantos, e expressar  meu forte desejo de prosseguir escrevendo, falando e tratando da saúde dos que entram em contato comigo, pelos canais atualmente disponíveis e por outros que  espero, ainda virão. 

A quantidade de mensagens e e-mails sobre o livro é muito emocionante.

Muito grato. 
                                              Deni, Eu, Tatá, Bu, Xuca e Mami.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

EXERCÍCIOS ABDOMINAIS TIRAM A GORDURA DA BARRIGA?

Célebre pergunta.
Emagrecer tira gordura da barriga, assim como do resto do corpo.
Fazer exercícios é uma das ações necessárias para o corpo emagrecer, ou seja, abrir mão dessa reserva energética estocada na cintura entre outros lugares .

Mas se o estresse estiver alto, fica mais difícil.
Se a alimentação for ruim, improvável.
Se o sono , interrompido, e a hidratação, falha, duvidoso.
Se estiver  tudo errado, pode fazer 3000 abdominais por dia que  a gordura  não te larga.
Agora, vai ficar com uma bela musculatura por baixo da pança. Pena que não vai dar para ver.

Desde 1971, quando pesquisadores da California  evidenciaram que tanto o braço dominante quanto o não dominante de tenistas tinham  o mesmo percentual de gordura, sabe-se que não existe essa estória de perda de gordura localizada.

Está fazendo aula de ginástica localizada? É para a musculatura, e vai fazer o corpo perder gordura como um todo.
Raciocinem. O músculo trabalha à base de glicose. A gordura que está do lado do músculo não vai se transformar em glicose pela proximidade, qualquer reserva de gordura pode  contribuir para energizar aquela contração. Inicialmente  as reservas de glicose do próprio músculo são utilizadas, depois começa a haver também  transformação de gordura em açúcar.

Pessoas que fazem exercícios muito localizados na tentativa de queimar gordura aonde incomoda, acabam recrutando poucas fibras no trabalho. Mas na verdade quanto maior o número de unidades motoras musculares trabalhando, maior o gasto energético, maior a queima de calorias e gordura. Mais importante que isso, é saber que não é na academia que se emagrece. Lá estimulamos a criação de um metabolismo mais quente, rápido, que vai gastar mais energia e perder mais gordura nas horas do dia e da noite em que você NÃO  está na academia.
Vejam:
Sempre que sobram calorias, essas são transformadas em estoque energético estratégico .
O Abdome é um dos pontos geneticamente preferidos para essa poupança se estabelecer. Se forma rapidamente, e é difícil de sair completamente . É a guarda de honra, a última linha de defesa dos economistas do reino metabólico. Dietas radicais tendem a gerar flacidez, cansaço, e se a barriga diminui, nunca some . E quando a dieta enjoa, ela volta em passo doble.

Gerando intensidade, trabalhando muitas unidades motoras, e observando as outras raízes da saúde tratadas no início, suas chances de perder as gorduras localizadas aumentam muito.

Serenidade.
Alimentação saudável  sem neurose .
Hidratação frequente.
Sono restaurador.
Atividade intensa e mobilizadora de um grande número de unidades contráteis. Faça valer cada treino, mostre para seus genes do que seu corpo precisa.

Contra a gordura localizada, saúde generalizada.



VIDEO PROGRAMA SEM CENSURA







quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PERCA ATÉ 10 QUILOS EM 1 MÊS



Ahá!!!  Quis logo olhar, não é?
Quem me conhece desconfiou, e quem não me conhece, quis saber.
O título traz uma das inúmeras formas de enganação para se aproveitar do desespero alheio e vender alguma coisa.
E não é só para  emagrecimento:
“Ganhe até 100 reais por dia trabalhando em casa”,
“Aumente sua testosterona em até 800% com uso do suplemento XXX!”
“Queime até 800 calorias por dias com...”.
“Perca até 5 cm de cintura com a cinta...”.
O que tem em comum nessas chamadas?
O até.
Digamos que 500 pessoas usem um suplemento e dosem sua testosterona. A imensa maioria não apresenta nenhum aumento ou o mesmo é irrelevante em relação a um grupo controle, que tomou pílula de farinha e dosou o hormônio. Mas teve um indivíduo, no meio do pessoal, que por alguma circunstância peculiar, teve um aumento de 800%. Pronto, o fabricante se vê no direito de usar uma exceção como propaganda, já que ele não está mentindo quando diz que, se você usar pode ser que tenha o mesmo resultado daquele indivíduo.
Para corrigir essas distorções e dar credibilidade a uma informação é que existe tratamento estatístico.
Colocar os resultados em uma curva, fazer testes de relevância e chegar à conclusão se aquela substância tem ou não eficácia no que se propõe.
Não sei se alguém já ouviu o termo “ponto fora da curva”, mas ele é justamente usado para indicar uma aberração, uma exceção à maioria. Quando dispostos, os dados formam uma curva em forma de sino, ou curva de Gauss, e a aberrância fica fora dela.
Mas, na esperteza da publicidade mal intencionada, é “pescada” e usada como se fosse a mais provável.
Com essa lógica em mente, então, vamos lá:
- Ganhe até 50 milhões de reais jogando na Mega – Sena.
É mentira? Não . Mas é provável? Claro que não. 
Fiquem de olho e não deixem o desespero levá-los às mãos dos picaretas.

Use as capsulas Keimabanha e , em apenas 1 mês, perca 30 dias. 

domingo, 22 de setembro de 2013

O ACARAJÉ E EU

       Meados da década de 70. Meu pai era vivo ainda. Passávamos todas as férias de final de ano em Salvador, com a família de minha mãe, baiana.
        Família típica nordestina, festiva, carinhosa. E grande. Minha mãe tinha duas irmãs e nove irmãos (ela é viva, mas alguns tios já se foram), uma infinidade de primos.
Tinha mais afeição  pelo meu primo Cascão, apelidado assim pela afinidade com os hábitos de higiene do personagem de Maurício de Souza. Cascão tinha sido criado solto nas ruas de Itapuã, e quando eu, garoto urbano de colégio católico passava uns dias por lá, me sentia o próprio capitão de areia.
        Saíamos descalços pelas ruas do bairro baiano, cedo, sem um tostão no bolso.Uma fruta na barraca de Dona Fia, uns pedaços de beiju de coco na tenda de Seu Firmino, e toca pra praia. Passava o menino do picolé, víamos se tinha um “boiadinho”, picolé semiderretido que ninguém mais ia comprar, mas era puro deleite para nós.
        Não sabia o que me excitava mais. Os sabores das iguarias, sobreviver sem dinheiro, a liberdade, o banho de mar com aquela água morninha, a brisa eternizada em canção  de uma tarde em Itapuã...
         Final do dia, íamos à barraca da baiana perto do farol, descolar um acarajé. Ou pelo menos uns pedacinhos de massa, que ela colocava no tacho com dendê fervendo e depois nos servia em guardanapos de papel encerado. Se sobrassem vatapá e camarão seco, aí era completo. Glória, meu Pai celeste,  vixe...
         Outro dia saindo do consultório fui pegar o carro e senti o aroma do acarajé. Procurei e achei uma barraca na esquina, perto da Cobal de Botafogo, onde um baiano, sim, baiano com “O” no final, preparava um acarajé que parecia delicioso.
          Pedi uma prova da massa, entendido que sou, acarajé massudo não como, tem que estar crocante... Estava. Hmmmm, pedi um completo.
          Massa de feijão fradinho descascada , misturada com sal, frita no óleo de dendê fervendo, com vatapá , camarão seco e um tico de pimenta, suficiente para ser notada  mas não muito,  para não anular  os sabores.
         À primeira mordida, mergulhei no meu passado, de olhos fechados, me vi ali em pé, no farol de Itapuã, só de short, pé imundo , sem camisa, pele queimada de sol e esbranquiçada de sal.  
        - DOUTOR GUSMÃO, O SENHOR COME ISSO???
        Abri meus olhos, trazido bruscamente à realidade, e me deparei , ali naquela esquina escondida e até algo escura, com um paciente .
        - Não tinha como explicar naquele momento toda a simbologia daquela refeição, e na verdade nem queria, até porque o acarajé iria esfriar.
         Disse a ele que esclareceria tudo na nossa próxima consulta, mas que naquele momento eu era exclusivo do acarajé. Ele riu meio sem entender, mas felizmente depois tivemos a oportunidade de conversar sobre isso, e até hoje damos boas risadas quando tocamos no assunto .
          Do ponto de vista do Nutrólogo, o acarajé é realmente um quitute complicado. Quase 600 Kcal, fritura na imersão em um óleo que tem muita gordura saturada e fica queimando por muito tempo em alta temperatura, o que aumenta seu potencial inflamatório. Minha consciência ecológica também se incomoda, já que milhares de litros desse óleo são jogados nos ralos e galerias pluviais, quando poderiam ser reciclados em sabão ou  biodiesel.
          Se alguém me perguntar se eu recomendo acarajé no dia a dia da sua nutrição, claro que vou dizer que  não.
          Mas se você for à Bahia, provar um acarajé está no roteiro das visitas gastronômicas que tanto falo que fazem parte de nossa saúde social e cultural.
           Para mim, ainda é muito mais do que isso.
         Tenho um corpo saudável, sou feliz, pratico esportes, creio que possuo  total capacidade de processar um acarajé que me visita trazendo lembranças tão ternas. Estou certo que o bem que o bolinho fez à minha alma, trazendo de volta por alguns mágicos instantes a beleza daquelas minhas tardes em Itapuã, superam em muito a forcinha que meu sistema digestivo há de fazer para gerenciar aquilo tudo. Até porque sabe que no dia seguinte, será premiado como sempre com o que há de melhor para o seu bem-estar .
          Lambi os beiços, paguei, agradeci, e fui para o carro lembrando das areias brancas e das águas escuras da lagoa do Abaeté, do sorriso franco do meu avô Deraldo, do coração infinito de minha avó Maria... Estômago cheio,  coração pleno, alma leve, olhos lacrimejantes e nos lábios um assovio:
- Passar uma tarde em Itapuã, ah o sol que arde em Itapuã...



A ARTE DA GUERRA CONTRA OS MAUS HÁBITOS

Sun Tzu foi um general, estrategista e filósofo chinês que viveu alguns séculos antes do nascimento de Cristo. Seu maior legado foi o livro “A arte da guerra”, um compêndio filosófico/estratégico que, sempre reverenciado na Ásia, ganhou notoriedade na civilização ocidental a partir do século XIX. A sabedoria contida em suas páginas extrapolou os mais óbvios usos militares e passou a aconselhar as mais variadas situações. Se como já dizia Gonçalves Dias: “A vida é luta renhida, viver é lutar”. “A vida é combate, que os fracos abate, que os fortes e os bravos só pode exaltar”, no belíssimo poema "Canção do Tamoio”, nada como um pouco de aconselhamento para nos ajudar a planejar nossa tática para vencer essa contenda.
    Existem 2 passagens em “ A arte da guerra” que aprecio muito, e uso como referência nas analogias que faço para ajudar a compreensão dos caminhos que levam à  saúde:

  1)“Se conheces a ti mesmo e ao inimigo, não te preocupe com o resultado das batalhas. Se conheces a ti mesmo, mas não conheces o inimigo, ganhará algumas e perderás outras. Se não conheces nenhum dos dois, perderás sempre”.

    A grande questão a ser refletida, é quem é o inimigo na luta pela conquista da saúde, leveza, bem estar e felicidade. Seria o estresse? A má alimentação? O sedentarismo? Ou alguma das outras raízes das quais sempre falo?
   Vamos então travar luta contra a inércia, a ansiedade, e outros?
Mas a inércia nos é imposta? A angústia, inevitável? A alimentação desregrada, inexorável? Não sou eu quem se deixa paralisar, quem se entrega à turbulência mental, quem busca na alimentação compensação imediata para meus dissabores? Quem sou eu, então, e o inimigo, senão a mesma pessoa?
- Estava fazendo exercícios, mas torci o tornozelo... (E o resto do corpo?).
- Casei, saí da casa de minha mãe, agora só como fora, não tenho tempo nem sei cozinhar. (Ah, então claro, está condenado a comer fast food, doces e biscoitos até a morte).
- Meu chefe é insuportável, meu trabalho, excessivo, não aguento a tensão... (Aceito, portanto, a inevitabilidade do envelhecimento precoce e da desintegração de meu bem-estar) .
Saiba que ao mesmo tempo em que você quer ganhar a luta, tem uma parte sua que sabota, se entrega, paralisa-se diante das dificuldades, tornando a saúde um território em constante disputa de posse. Por vezes, o susto com o peso, exames, o medo de ficar doente ou perecer, o tornam forte por algum tempo, e há um avanço, mas não uma conquista.
Quer fincar sua bandeira, consolidar sua posse, primeiro vença o inimigo.  Seu lado fraco, preguiçoso, entregue, desanimado, cansado, sabotador.
O que nos leva à segunda passagem que gosto muito no livro de Sun Tzu:


           2)A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.

     No livro, dou vários exemplos sobre a diferença de força de vontade e boa vontade. Deixar-se mergulhar em estresse elevado e contínuo, chegar em casa e comer sopa porque está de dieta é lutar. É depender de força de vontade. Um dia vence, outro dia não. Como dizia Tzu, você não conhece seu inimigo ainda.
Se durante um dia difícil você exercita a serenidade, visita momentos de quietude mental, respira, se alimenta bem, porque se ama mais do que por qualquer outro motivo, porque ama sua família, amigos e quer construir muitas e belíssimas memórias junto a eles, então a força será desnecessária, e seu inimigo, derrotado sem luta. Porque ele não chega a criar corpo, forma e potência.
   Não deixe seu inimigo interno fortalecer-se. Preserve-se, tenha carinho e compreensão consigo mesmo e com outros que ainda não têm a sua lucidez. Mas deixe o estresse te dominar, alimente-se mal, não faça atividade física, intoxique-se com a desculpa de compensar-se, não interaja com a família, os amigos  e a natureza, e seu inimigo ficará cada vez mais forte, e a saúde, uma área desocupada.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

OS SISTEMAS E SEUS PROBLEMAS

Visão holística.
Quem leu o livro já sabe que somos mais do que a soma de nossas partes.
E que nossas partes são afetadas por problemas nas raízes de nossa saúde.
Cada macaco no seu galho, e cada galho com seu especialista.
Mas todos os galhos vem da mesma planta, que tem a mesma raiz.
Tenha uma consciência maior de seus sistemas, e dos problemas que mais os afetam quando as raízes da saúde estão comprometidas.  Quando o sono é ruim, o estresse, alto; a alimentação, pobre; o movimento , escasso; a hidratação, insuficiente.
Vamos de cima para baixo:
SISTEMA NERVOSO- Ansiedade, depressão, insônia.
SISTEMA DIGESTIVO-  Refluxo, gastrite, má digestão, intestino irritável, prisão de ventre, gordura no fígado .
SISTEMA CARDIOVASCULAR- Hipertensão arterial, palpitações, varizes , colesterol elevado.
SISTEMA RESPIRATÓRIO - Rinite, tosse, rouquidão, sinusite, gripes frequentes .
SISTEMA IMUNOLÓGICO - Retenção de líquido, inflamações, alergias, infecções recorrentes( herpes, impetigo, furúnculos) , eczemas .
SISTEMA URINÁRIO- Cálculos, infecção urinária recorrente, retenção de líquidos .
SISTEMA OSTEO-ARTICULAR E MÚSCULO-ESQUELÉTICO -  Dor lombar, projeções e hérnias, lesões em joelhos , susceptibilidade muscular à injúria, osteopenia, osteoporose.
SISTEMA ENDÓCRINO - Distúrbios na tireóide, doenças auto imunes, resistência à insulina, diabetes, síndrome metabólica , queda de libido .
SISTEMA TEGUMENTAR - Queda de cabelo, pele ressecada, unhas quebradiças.
SISTEMA REPRODUTOR - Dificuldade em engravidar ou sustentar gravidez, diminuição da fertilidade, queda da libido ( envolvido no endocrino e nervoso também) .

Esses são apenas os problemas mais comuns no dia a dia do consultório. Isoladamente, já são um transtorno, mas combinados então...

Da próxima vez que tiver um sintoma, questione-se sempre sobre a origem dele. A manifestação sintomática geralmente é a expressão de um desequilíbrio mais profundo.

Trabalhe bem suas raízes, e terá menos problemas na periferia.









quinta-feira, 19 de setembro de 2013

CRIANÇAS:MESTRES DA FELICIDADE

Caminhava outro dia desses, indo para o consultório, e à minha frente tive a seguinte visão: Uma moça de branco, provavelmente uma babá, parada na rua com uma das mãos apoiada em um carrinho de bebê, e a outra segurando um celular, onde observava alguma coisa, provavelmente rede social, e um rapaz vindo em nossa direção, também com celular nas mãos, teclando com os dois polegares com destreza admirável.
Quando vejo alguém vindo em minha direção batucando em um celular, geralmente paro e espero, já que aquela pessoa não está conectada à mesma dimensão do que eu, e uma colisão frontal é sempre muito arriscada. Atravessar a rua digitando textos já é proibido em muitas cidades pelo mundo afora, tal a quantidade de acidentes que gera. Dirigindo então, chega a ser pior do que beber.  Já imagino algum tipo de lei seca para isso, onde o policial perguntará:
- O Sr. estava teclando e dirigindo?
- Não Sr. policial, claro que não, imagina.
- Por favor, me acompanhe e traga seu celular. Hmm, quem postou no face há um minuto “Chego em 5 minutos”?
- Não fui eu, foi a Siri, minha secretária eletrônica.
- Amigo, isso só tem no Iphone, esse celular aqui é Hiphone de camelódromo.
- Poxa...mas tem face...
- Silveira! Grita o policial. Leva esse aqui também!  Celular apreendido, multa, curso de educação no trânsito
Mas lá vai minha imaginação me afastando do ocorrido.
Bem, o cara passou, nem me viu encostado no muro olhando para ele, e seguiu em frente.
Aproximei-me do carrinho, e ouvi o som das gargalhadinhas inconfundíveis de uma bebê se divertindo. Sorri para a moça de branco, que deu um micro sorriso daqueles só para não parecer grossa , com o cantinho da boca, e continuou fuçando o celular.
O bebê era uma coisa.
Ria do movimento dos próprios dedos. Toda a vez que mexia as mãos, gargalhava.
Divertia-se com uma das coisas mais simples. Maravilhava-se com o movimento dos seus dedinhos.
Encantar-se com o simples, enxergar beleza no que é comum, é uma lição que as crianças tentam nos ensinar diariamente.
Para nós adultos, os professores, com nossos  cérebros cada vez mais ocupados  e insaciáveis, pedindo excessos e intensidade para não sentirem-se deprimidos e angustiados, aprender a empolgar-se com o que nos cerca , nos provê uma ferramenta poderosíssima contra a ansiedade, a insipidez, contra a percepção da vida em preto e branco.
Quando você chegar em casa cansado e seu filho de três anos falar :
- Papai, olha a formiguinha!!!
Por favor, vá olhar a formiguinha.
Deite-se no chão com ele , e aprecie mais do que a formiguinha, mas o encantamento dele com o simples.
- Filho, o que tem a formiguinha?
- Ela está indo para a casa dela, papai, está levando um troço grandão nas costas, quer dizer, deve estar pesado, né? Olha lá...Será que ela vai conseguir?
Uma formiguinha carregando um micro graveto torna-se uma aventura épica .A de um cidadão de uma comunidade fazendo sua parte pelo bem comum. Mas quando você se mostra insensível ao entusiasmo  da criança, está não só deixando de aprender com o mestre, mas contribuindo para que ele deixe de crer que o que vê é extraordinário. Em vez de se contagiar com a sabedoria  infantil , a contamina com sua insensibilidade, com sua indiferença ao que lhe parece banal.

Quem quer ser um alquimista que transforma ouro em cinzas?  

As pessoas me procuram para emagrecer, controlar a pressão, ter menos dores, parar de sofrer.

Um bom começo?

Aprendam  com as crianças.

Até porque, todos nós em algum momento já fomos mestres, então é só fazer uma forcinha para tirar o pó da frente que nos lembraremos . 

domingo, 15 de setembro de 2013

BRIGANDO COM A BALANÇA


Esse é um termo que ouço com extrema frequência no consultório:

- Doutor, passei a vida toda brigando com a balança...

Quem tem sobrepeso e briga com a balança é como quem tem hipertensão e briga com o tensiômetro, ou quem tem diabetes e briga com o aparelhinho monitor de glicemia.

Está culpando a janela pela paisagem que vê.

Os aparelhos são meros aferidores, que irão refletir o que está se passando na sua vida. Não têm poder nenhum sobre ninguém, e apesar disso quantos evitam encará-los, para não se assustarem com o que verão ? Morrem de medo da balança, nem querem saber quanto está a pressão...

Se ao chegar do trabalho, cansado e tenso, medir a pressão provavelmente vai mostrar um resultado mais alto, experimente permanecer com o aparelho, fazer exercícios respiratórios como os indicados no livro, aguardar 5 minutos e apertar o botãozinho de novo. Garanto que a pressão arterial e a frequência cardíaca estarão menores. Além de prova cabal de que o relaxamento facilita o trabalho cardíaco, pense em quantas vezes ao longo do dia, por não fazer as respirações em momentos tensos, você deixa o coração em um grau de esforço muito maior do que o necessário. Da próxima vez que estiver preso no trânsito, não bufe, respire... Pense no seu coração...

Dormindo melhor, serenizando-se quantas vezes forem necessárias ao longo do dia, mantendo uma alimentação leve e o pensamento otimista e positivo, sua leveza passará de dentro para fora e a balança só mostrará isso como simples aferidora que é... Mude o invisível para mudar o visível.

Se a paisagem está ruim, você tem algumas opções:

- Fechar a janela, não aferindo nada, na verdadeira tática de avestruz, enterrando a cabeça para não ver o que está errado;

- Fazer um esforço enorme para mudar a paisagem, enquanto as condições não ajudam, como por exemplo, plantar flores em solo árido, ou construir decorações que irão desabar com a constante ventania, como uma pessoa que se engaja em regime radical por algum tempo enquanto seu humor, sono, sedentarismo, não são mexidos...

- Construir sua casa em outro endereço.  Com uma bela paisagem, onde a temperatura é amena, o solo fértil, a brisa suave, e abrir a janela, sempre um prazer.


sábado, 14 de setembro de 2013

ACOMPANHAR POR E-MAIL

Para quem quer saber as novidades do blog mas não quer visitá-lo frequentemente para checar se há ou não alguma , existe a opção "seguir por e- mail" , no início da página, Cadastrando seu e-mail, sempre  que  eu postar algum artigo novo ele será encaminhado ao seu endereço eletrônico.

Paulo.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PRIMEIRO CAPÍTULO DE SAÚDE : O MAIOR DOS PRAZERES



Era uma típica tarde de verão carioca. Quente, abafada, antevéspera do Natal de 1979. Eu tinha 15 anos, estava deitado no sofá da sala vendo TV, e
pelo canto da tela se viam refletidos alguns enfeites da árvore. Estava bem distraído, quase dormindo, passava um daqueles filmes da “Sessão da tarde” sobre Papai Noel, quando ouvi minha mãe gritando o meu nome:
         – Beto, corre aqui! (Beto vem do Roberto de Paulo Roberto.)
Dei um pulo e entrei no quarto dos meus pais, encontrando meu pai deitado imóvel em sua cama e minha mãe o chamando pelo nome, esfregando carinhosamente a mão em seu peito.
Meu pai não reagia.
Aproximei-me, percebi que minha mãe chorava e que meu pai permanecia inerte, com os olhos ligeira e estranhamente entreabertos.
– Meu filho, corre, consegue um socorro, chama alguém, pelo amor de Deus!
Corri até o interfone, liguei para o porteiro, pedi ajuda e voltei para o quarto.
Percebi que meu pai não respirava, então tentei começar a reanimá-lo, fazendo aquilo que tinha visto em filmes... Comecei uma respiração boca a boca, mas achava que se expirasse o ar dos meus pulmões nos dele, meu gás carbônico é que iria entrar, então só enchia as minhas bochechas o mais que podia, com um ar que eu achava que era o mais puro, e soprava através de sua boca. Vi que isso não adiantava, pois seu tórax não se expandia, então depois de umas três ou quatro tentativas, expirei a plenos pulmões. Uma parte do ar saiu pelo nariz, então fechei suas narinas e tentei novamente. Já se passavam cinco minutos quando o sindico do prédio entrou no quarto, começou a fazer massagem cardíaca e disse que tinha chamado uma ambulância.
Meu pai não reagia.
Um pouco de sangue começou a sair da gengiva dele, e achei que eu o estava machucando com minha inexperiente reanimação, então parei... Já se passavam mais de quinze minutos, e minha mãe, em desespero, me mandou descer e ir buscar médicos em uma clínica que ficava a trinta metros do meu prédio.
Antes de sair, encontrei minha irmã, que chorava na sala, e perguntei a ela:
– Será que o papai morreu?
Ela respondeu:
– Nem fala isso, Beto, nem fala isso...
Quando cheguei à portaria, a equipe da ambulância estava subindo as escadas de acesso ao hall dos elevadores.
Aliviado, abri rapidamente a porta, e enquanto estávamos subindo, eles me perguntaram:
– O que aconteceu?
Respondi:
– Acho que é um infarto...
Aluno aplicado de biologia que sempre fui, tinha que escolher o termo técnico... Argh! Bem, minha intenção ou pretensão era ajudá-los a perder menos tempo, já que eu sabia desde criança que meu pai tinha problemas cardíacos e realmente achava que se tratava de um infarto.
Eles balançaram a cabeça...
Assim que entraram no quarto, a primeira coisa que fizeram foi tirá-lo da cama e passá-lo para o chão, coisa que só vim a entender anos depois, quando estudando reanimação descobri que a massagem cardíaca não é eficaz quando a pessoa se encontra em uma superfície flexível como a de um colchão.
Começaram as compressões torácicas, a ventilação com uma bolsa ligada a uma bala pequena de oxigênio, prepararam soro, desfibrilador.
Meu pai não reagia.
Fecharam a porta, e longos 15 minutos se passaram antes que a abrissem novamente.
Um dos rapazes da equipe me olhou cabisbaixo, botou a mão em meu ombro, e disse-me que sentia muito.
Meu pai havia falecido.
Meu pai era um sujeito sensacional, inteligente, de caráter impecável, austero e por vezes até severo, porém sempre carinhoso e muito atento com os valores que deveria passar para os filhos.
Mas era negligente com a própria saúde.
Fumante por trinta anos, só parou quando já estava gravemente hipertenso e com um infarto aos quarenta anos de idade na bagagem. Sedentário, quanto mais fraco ficava o coração e mais sofrido era cada esforço, mais parado ficava. Dormia tarde, acordava tarde, reclamava do intestino, passava o dia comendo pouco ou nada, beliscando um pãozinho ou biscoitinho, e de noite comia seu famoso bife acebolado com arroz ou purê de batata. Não me lembro de ver meu pai comendo um legume, uma fruta, uma salada. Não me lembro de meu pai saindo para se exercitar. Recordo-me, sim, do medo que ele tinha de morrer e nos deixar precocemente, perdidos sem sua orientação, mas infelizmente hoje vejo que esse medo também o paralisava e o impedia de fazer o que era possível para melhorar suas chances. Tinha medo de se aborrecer (se “aporrinhar”, como ele dizia), de a pressão subir, de ir fazer exames e os médicos descobrirem alguma coisa, tinha medo de ser internado, tinha medo...
Emociono-me com as memórias que construí com ele, como me incentivou à leitura, sempre trazia novos livros (e brinquedos, claro), meu quarto era praticamente uma biblioteca. “Tesouros da juventude”, “Moby Dick”, “O Conde de Monte Cristo”, “Robinson Crusoé”, “Os três mosqueteiros”, a obra infantil completa de Monteiro Lobato, de Júlio Verne – meu pai, um fanático por ficção científica.
Ficava ao meu lado enquanto eu lia, engajado ele mesmo na leitura de seus autores favoritos, Arthur C. Clarke, Kurt Vonnegut , entre outros, sempre pronto para tirar minhas dúvidas, me explicar o significado daquelas novas palavras, daqueles novos mundos. Era meu dicionário, amoroso, ali pertinho de mim, assistindo e incentivando o que eventualmente acabou se tornando um grande valor para mim, a leitura. Fez-me amar os musicais de Hollywood, encantar-me com a leveza de Fred Astaire e Ginger Rogers, com as traquinagens de Mickey Rooney, com a beleza estonteante de Ava Gardner e Rita Hayworth, rir dos filmes mudos com Chaplin, Buster Keaton, e vibrar com o Robin Hood de Errol Flynn. Deixou-me fã do Tarzan de Weissmuller, do Flash Gordon, do gibi... Incentivou-me também na música, ele que enquanto tinha fôlego tocava uma gaita harmônica de primeiríssima qualidade. Deu-me minha primeira guitarra. Os meus últimos presentes daquela árvore do Natal de 1979 foram um metrônomo, para ajudar no ritmo das minhas aulas musicais, e um encordoamento importado para minha guitarra.
Grande incentivador em relação a tudo que fosse ligado à cultura, também se preocupava em forjar meu caráter, pelo exemplo e pelas lições (e às vezes pelas broncas), sendo sempre correto, honrado, honesto, solidário, aplicado, carinhoso e companheiro.
 Meu pai era leve, mas tinha uma barriga imensa, típica de quem come muito de uma vez só à noite, uma barriga que assustaria qualquer cardiologista, mas que naquela época para mim era um almofadão cheiroso (como era perfumada e lisinha a barriga do meu pai), onde me aninhava e dormia... Gostava de apertar e cheirar aquela barriga, principalmente logo que ele saía do banho, e me sentia como quando apertamos e cheiramos nosso travesseiro preferido. Era o cheiro do meu pai... Eu adorava colocar seus discos prediletos e depois me deitar com a cabeça naquela barrigona, feliz ao ver seu pezinho batendo ritmado no compasso da orquestra...
Ria com ele com os discos de Chico Anysio e Juca Chaves – apesar de serem um pouco pesados para minha idade, ele deixava. Por vezes, eu nem entendia a piada, mas adorava vê-lo feliz, rindo. Bem, mais tossindo do que rindo, o que naquela época para mim era normal, mas de fato já alertava para a gravidade dos problemas cardíacos.
 Meu pai herói, militar treinado que um dia matou com um tiro de rifle um morcego que entrou no meu quarto! Deu a ordem para que eu me escondesse debaixo da cama de minha mãe, tirou o rifle do armário, e alguns segundos depois, ouvi o estampido...
– Beto, pode vir!
Excitado, fui ver o corpo do morcego, os despojos da batalha épica... Nossa, que orgulho de ser filho do meu pai!

Perder meu pai não foi nada fácil.

Durante muito tempo me perguntei se não teria ingressado na medicina para aprender o que deveria ter feito para salvar meu pai... Nunca me culpei, era apenas um adolescente, mas hoje vejo claramente que a questão não era o que eu poderia ter feito no dia em que ele morreu, mas sim o que ele poderia ter feito enquanto viveu.
Tive a oportunidade durante minha carreira de participar de várias reanimações. Algumas bem-sucedidas, outras não. Minha formação inicial como anestesiologista me possibilitou atuar em momentos críticos e de alta responsabilidade, fossem eles ressuscitações cardiorrespiratórias, fossem outras situações de emergência, por incontáveis vezes.
A essas alturas, poderia me sentir mais realizado, e se não podia voltar para salvar meu pai, certamente salvaria outras vidas. Mas por algum motivo, algo me faltava.
Sentia-me ainda frustrado como médico. Participava de forma importante, mas muito breve, na vida daquelas pessoas, e não me considerava  útil na promoção da saúde delas, apenas no tratamento de suas doenças. Quando ingressei na nutrologia, já com dez anos de atuação médica em anestesiologia, estava inspirado por uma meta diferente, e depois de algum tempo ficou clara para mim a minha real vocação dentro da medicina.
Não quis ser médico para aprender a “ressuscitar meu pai”. Quis sê-lo para ajudar a mudar a trajetória de tantas pessoas que também negligenciam sua saúde e que podem interromper sua história nessa vida prematuramente, ceifando de seus entes queridos as memórias que ainda teriam para criar. Sim, tenho e entesouro as minhas, mas gostaria tanto que meu pai pudesse ter acompanhado por mais tempo minha doce mãe, que tanto o amava que jamais quis outro homem em sua vida; ter visto a filha crescer e se tornar doutora, ter assistido a suas brilhantes defesas de tese; ter convivido com seu neto sensível e amorosíssimo; que conhecesse minha linda e querida esposa, também fã dos ícones dos anos 40 e 50; que comesse as saladinhas maravilhosas que só minha enteada faz; que pudesse ter longos papos comigo sobre tudo... Sinto falta tanto das conversas que tive quanto das que deixei de ter, tanto que por muitos anos após ele falecer, nas minhas orações noturnas, separava um tempo para bater papo com ele, e imaginar o que ele responderia de volta. Como gostaria que ele estivesse aqui...
Mas não pôde ser assim. Ele já não está conosco há mais de trinta anos. Morreu jovem, aos 56 anos de idade, antes que pudesse compartilhar nossa história, antes que pudesse ser um personagem atuante de nossas aventuras...

Afinal, podem perguntar, o que eu quero contando isso tudo?

Meu objetivo com este livro não é ensinar alguma dieta milagrosa, nem prometer a perda de dez quilos em trinta dias ou 10 cm de abdome em dois meses.


Meu objetivo é inspirar você, leitor ou leitora, a cuidar da sua saúde, para que tenha a oportunidade de viver e aproveitar uma vida longa e plena, escrevendo sua história familiar, profissional, social, deixando memórias eternas no coração dos que conviveram com você, dos que o amaram, o tanto e o quanto a vida assim permitir.